sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bem-me-quer, malmequer


Bom, hoje o Talvez Útil, tentará abordar um tema, aparentemente simples, mas muito complexo e contraditório na realidade: Margarida - (Bellis perenis).
É um nome e uma flor que gosto bastante. Quem nunca destroçou as pobrezinhas querendo saber se fulano ou ciclana quer ou não quer? Coitadas!

Ela, a flor, pertencente à família Asteraceae, e, portanto, parente dos girassóis, crisântemos, entre outras e não é uma só flor, mas a reunião de muitas flores.
Tente examinar a margarida aproximando-se bem dela. Você verá que há ali reunidas dois tipos de flores: umas formam o miolo amarelo, enquanto as outras formam a borda esbranquiçada. Mas não pense que elas crescem assim juntas apenas para que possamos admirar sua união.
Essas flores têm funções biológicas importantes quando unidas, como a de produzir néctar, atrair polinizadores, além de gerar e receber pólen. Para isso, se dividem para desempenhar essas diversas “tarefas”. Muitas começam a desabrochar das extremidades em direção ao centro, assim, enquanto as flores da periferia estão na fase feminina - durante a qual são capazes de receber pólen -, as flores mais centrais estão na fase masculina - na qual liberam seu próprio pólen. Quando muitas flores estão assim reunidas, chamamos de inflorescência.
Encontram-se em regiões tropicais, subtropicais e temperadas, vegetando nos mais diversos habitats.

Seu nome em Inglês (day eye) sugere que era destinada a cura de problemas nos olhos. Assírios acreditavam que, se você esmagasse margaridas e misturasse com óleo você poderia colocar a mistura em seu cabelo branco e ativar a sua cor novamente. Nos tempos anglo-saxônicos, a margarida foi utilizada como medicamento, mas exigia que se dissesse palavras mágicas para torná-la eficiente. Era recomendado também que se adicionasse um pouco de "água benta". No século XIII eram usadas para limpar feridas, baixar febre e tratar gota.
Existe uma certa lenda que diz que se pegar uma margarida colocá-la em infusão com vinho e dá-la a um enfermo para beber e ele vomitar, vai morrer da doença, se não, ele vai viver.

Esta bela flor também é o nome de belas mulheres e deu nome a um personagem muito famoso da Disney. Dayse em inglês e Margarida em português e a simpática patinha namorada do Donald.

O que é ser Margarida: Muito ligada à família e emotiva, costuma exagerar nos seus cuidados e corre o risco de sufocar as pessoas que ama. Tem muita energia e por isso deve sempre manter-se ocupada com alguma coisa. Nos relacionamentos amorosos ou mesmo de amizade, quando se magoa, procura se recolher para dentro de si e só sai quando recebe um pedido de perdão. Um bom conselho seria aprender a controlar seu temperamento e deixar as pessoas que ama mais na delas.

Verdade ou não, é um belo nome.
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domingo, 16 de agosto de 2009

A pessoa menos chique da noite.

Olá, caros leitores do Blog do Vitor Veríssimo. Quem fala aqui é o Mauro, afilhadoa do Vitor. Ao contrário do seu querido blogueiro [/nãoironia] eu não farei um post didático tentando esclarecer dúvidas nos seus pobres coraçõezinhos.



Mas estou aqui para falar sobre uma coisa interessante que acontece comigo às vezes: lá estou eu vivendo minha vida, feliz e contente, quando de repente eu me vejo mudando de ambientes e indo de um bar pruma balada, de uma aula pra casa de um amigo, de um churrasco prum cinema, enfim. Por exemplo, a penúltima balada que eu fui: O Berlin, eu não fazia ideia de que eu iria parar lá, eu estava vivendo feliz e contente, com meus amigos no bar, quando de repente, minha irmã passa lá na frente e me diz "Berlin" e eu penso, como eu penso para tudo:



Por que não?



E acabou que eu fui do bar pro Berlin, vejam bem que desastre: com a mesma roupa que eu estava antes, no bar. Não foi assim, péssimo, já que no dia do jazz, por algum motivo, só tem hippie no Berlin, então mesmo que eu tivesse rolado na lama antes de chegar lá, eu estaria aceitável ao entrar.



Mas existem situações e situações, não é mesmo?


(foto da Marina na casa do Diego)


Vejam bem: eu cheguei todo pintado de quebra cabeças na casa de alguns amigos, pobres amigos desavisados!


Então bom, percebe-se que às vezes eu vou de maneiras, hum... Inadequadas para alguns lugares. Mas em geral, quando tem uma festa ou algo que tem que ir de gala, ou de esporte fino, eu consigo dar um jeito de chegar direitinho, consigo colocar uma roupa decente antes de chegar na festa ou o que quer que seja.

Mas existe outra coisa que se precisa precisar sobre minha pessoa: eu vou ao teatro, e em geral eu vou a teatros do Célia Helena, ou do Centro Cultural, dois lugares que não exigem exatamente uma roupa muito adequada ou muito chique.

Mas acontece que uma amiga minha decidiu me chamar pra assistir uma peça chamada "Z.É. - Zenas Emprovisadas" (deixando totalmente de lado o fato de a qualidade da peça não ser lá essas coisas, é necessário precisar que) é um nome que não dá muito uma ideia de 'peça chique, preciso ir de gala!', quer dizer, o nome dessa coisa é "Z.É.", se se chamasse, não sei "O maravilhoso estrago que aconteceu na mansão de Sr. Pitangüi", eu até consideraria colocar alguma coisa mais chiquezinha, mas eu imaginei que não, seria muito de boa.

Então eu fiz assim: acordei hoje às 11h00 coloquei uma roupa bem basicona (camisa da turnê do My Chemical Romance na América do Sul, calça azul marinho bem escuro com um furinho bem pequeno e chinelo havaiana) e fui encontrar uma amiga minha que chegou há pouco tempo de Foz do Iguaçu.

Bom, aí eu decidi me manter com a mesma roupa o dia todo, afinal, teatro, não é nada extremamente chique. ("Não, vai, talvez o chinelo não caia muito muito bem, melhor colocar meu all star, apesar de não combinar nem um pouco.")

Nossa, mas que má ideia, que má ideia! Chegando lá no HSBC Brasil, além de perceber que teve show do Zeca Baleiro ontem e que eu não fui, eu ainda percebi que alguém merecia ganhar um prêmio de "A pessoa menos chique da noite." esse alguém era eu. Não vou dizer que estavam todos vestidos como se estivessem no Oscar, seria ir longe demais. Mas mesmo assim! Algumas mulheres de vestido e salto alto, e eu lá, com minha calça com aquele buraco que mais parecia que eu tinha ido pra guerra.

Bem, tudo bem, eu fiz anos e anos de teatro pra quê? Pra chegar num lugar onde vai passar "Z.É." e ficar com vergonha por causa da minha roupa? Ah-mas-de-jeito-nenhum! Então esperei a Mitcha chegar, e lá estava eu pensando, Meu Deus, pra quê? Pra quê se produzir tanto pra ver uma peça? O século XIX já passou! Atualmente as pessoas vão ao teatro para ver a peça, não para aparecer!

Quando a Mitcha finalmente chegou, fiquei feliz em me deparar com uma feliz verdade: "Essas pessoas não estão tão acostumadas a ir ao teatro, e quando elas vão, vão ao teatro Abril pra ver musical da Broadway!" (Certo, a Mitcha não falou isso, ela só falou a primeira parte da frase, mas minha cabeça fez o resto na hora.) Certo, seria julgar um pouco demais as pessoas, mas se alguém vai no teatro com aqueles cabelos, aquelas roupas e aquelas maquiagens, fica bem claro que aquelas pessoas não costumam assistir muitas peças de R$15 no Centro Cultural!

Bom, mas no final eu nem gostei da peça de qualquer jeito, então quem se importa com a minha roupa, não é mesmo?


Mauro Vilela Pietrobon

domingo, 9 de agosto de 2009

Grande... grande


Ter quatro filhos é algo fácil, o difícil é criá-los e, mais que isso, educá-los.
Tratar todos de maneira justa e igualitária, prezando e ensinando honestidade, nobreza de caráter e ética, alguns itens que compõem hombridade, é o que se torna algo impossível para alguns.
Agindo à época, algumas vezes, com a dureza típica de um pai, fez-se parecer a olhos injustos que faltava amor. Olhos esses que ainda não entendiam como o mundo girava e como a vida da porta para fora era ainda mais dura e que todo aquele trato era uma forma de treino para evitar o fracasso.
Ainda assim, com tanta responsabilidade, tantos compromissos e cobranças, brincou, divertiu, gargalhou, enfim, é pai.
Tive banzo e literalmente quase morri quando esteve fora do país por mais de noventa dias, se não me falha a memória, o que mostra quão forte era nossa ligação. Lembro-me do momento de sua chegada em casa após esse período e que minha reação foi a pior possível.
Lembro-me com carinho dos momentos de falta de energia à noite e de como era maravilhoso aqueles minutos, ou horas nas quais todos sentados na sala, à luz de uma vela, contávamos histórias. E recordo-me também da Emater-GO de Goiás-GO. Coisas que podem parecer pequenas, mas que, como muitos outros fatos, marcaram minha memória para sempre, o que mostra quão grande é a responsabilidade de um genitor na vida de um ser humano.
Obrigado por ter feito de mim o que sou, pois, mesmo com os defeitos intrínsecos a minha pessoa, tenho caráter, honestidade e ética de sobra, tudo aquilo que o senhor me ensinou.

Zé Carreiro e Carreirinho - Peito Sadio

(um das músicas que me lembram meu pai, música com letra, história)


Onde sapeei: Dicionário inFormal

sábado, 1 de agosto de 2009

Trilhos e Tempo

VILELA FILHO Osório


Como o dono deste blog pediu a mim que escrevesse uma postagem sobre um assunto do meu interesse, hoje o espaço aqui é meu.
De início, ia escrever sobre o transporte sobre trilhos, que muito me fascina. Durante a leitura de um livro que tenho lido nas últimas semanas, no entanto, resolvi mudar o tema para a questão do tempo, que, pasmem, para mim, tem tudo a ver com o transporte sobre trilhos. O porquê de esses dois temas aparentemente tão distintos estarem relacionados é que sempre sonho com metrôs, e já li que o metrô, ou qualquer outro meio de transporte sobre trilhos, tem a ver com passagem, portais, evolução etc., ou seja, ligações entre o “real” (mundo físico) e o etéreo (mundo espiritual). Como sonhos e as interpretações deles têm tudo a ver com tempo, coloco aqui um trecho do livro que tenho estudado nas últimas semanas, o “Diversidade dos Carismas: teoria e prática da mediunidade”, de Herminio C. Miranda. Nesta parte, ele comenta sobre futuro e presente e suas relações, ao comparar sua visão com a de Regina, um caso estudado no livro. Também relaciona esse tema do tempo aos desprendimentos efetuados por nós todas as noites enquanto dormimos, ainda que involuntariamente e que nos esqueçamos da maior parte do que passamos “do outro lado”. Leiam e reflitam:

“(...) Na minha opinião, os eventos já existem e nós apenas passamos por eles (...). Para Regina a teoria é outra. Acha ela que o tempo decorre em ritmos diversos e, portanto, com diferentes espaços de duração. (...) Quanto a mim, acho que o tempo é, também, um local (...). Vejamos, porém, como Regina explica sua teoria.
Ela acha que no plano invisível, onde vivem os seres desencarnados, o ritmo é muito mais acelerado do que neste em que vivemos nós, os encarnados. Segundo essa hipótese, os seres espirituais movimentam-se em outra dimensão, como se costuma dizer, na qual a velocidade dos eventos é de difícil apreensão para nós, enquanto encarnados. Porém, uma vez desdobrados, ou seja, na condição de espíritos em estado de relativa liberdade, porque ainda presos ao corpo físico, temos condição de captar o que se passa nessa outra dimensão. (...) Segundo Regina, uma vez desdobrada do corpo físico, ou seja, na condição de espírito, ela se sente livre da dimensão reservada para o ser humano encarnado e, portanto, do ritmo que lhe é próprio, e mergulhada em espírito na outra – qualquer que seja o significado disso. Nesse ritmo diferente é que se movimenta o espírito que vive em um contexto energético e não material, como o do ser encarnado. Uma vez liberada da necessidade de arrastar o corpo físico e submeter-se aos seus ritmos lentos, Regina pode assumir sua condição de espírito e viajar no tempo – rumo ao futuro ou ao passado – no ritmo mais acelerado do espírito. Como que cavalgando esse dispositivo e deslocando-se a uma velocidade muitíssimo superior à da luz, ela pode dar uma rápida ‘escapada’ até o futuro para ver as coisas que lá, naquela escala, já aconteceram, embora não aqui, onde vivemos nós, os lentos. Ao voltar ao corpo físico, reingressa ela em sua dimensão humana habitual, na qual os eventos já vistos do lado de lá ainda não ocorreram. (...)
Vivemos, como encarnados, em uma dimensão e sob condições tais que nos mantêm na posição de verdadeiras lesmas cósmicas (...). Aqui estamos impregnados de átomos, bilhões e bilhões deles, limitados a cinco sentidos básicos, contidos nos estreitos parâmetros de um cérebro biológico – que mesmo assim é um dos prodígios da natureza –, presos, enfim, a um esquema limitador como o encarcerado, que traz pesada bola de ferro acorrentada aos pés. Somos, portanto, balões cativos; pensantes, mas balões. (...) Somos como a Alice de Lewis Carrol diante do seu espelho mágico. Do lado de cá, o mundo prosaico, lento, pesado, difícil e monótono. Do outro lado do espelho, tudo é possível, porque temos o domínio do tempo. É um mundo encantado, veloz, fácil, leve, no qual podemos ir ali um pouco mais adiante e ver o caminho por onde iremos passar amanhã, depois, ou daqui a dois mil anos. (...)”

Acho interessantíssimo tudo que é tratado no texto: tempo, desprendimento, mundos etc. Importante refletir sobre essas questões, muitas vezes tão esquecidas, talvez por influência de uma vida tão corrida. Também muito interessante notar que em apenas uma postagem "inconscientemente" consegui reunir grande parte das coisas que mais me dispertam interesse: as duas vidas paralelas que temos, tempo, trem e Salvador Dalí, que ilustra a abertura.


Na foto, a obra “A Persistência da Memória” (La Persistencia de la Memoria ou Los Relojes Blandos), pintada em 1931 pelo meu pintor preferido, o surrealista Salvador Felipe Jacinto Dalí i Domènech, ou simplesmente Salvador Dalí. Essa obra que tem tudo a ver com o tema desta postagem, visto que relaciona tempo com sonho e até com movimento, vide os relógios que derretem.
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Fonte de consulta: MIRANDA, Herminio C. Diversidade dos Carismas: teoria e prática da mediunidade. São Paulo, SP: Lachâtre, 2007. 5ª edição, 1ª reimpressão.